* HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade/Stuart Hall; tradução Tomaz Tadeu da Silva, Guaraeira Lopes Louro - 10.ed. - Rio de Janeiro: DP& A, 2005.
terça-feira, 10 de abril de 2007
12) RELATÓRIO
* HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade/Stuart Hall; tradução Tomaz Tadeu da Silva, Guaraeira Lopes Louro - 10.ed. - Rio de Janeiro: DP& A, 2005.
11) MÚSICA: Gueto
Marcelo D2 - Gueto
Marcelo D2 e Mr Catra
Eu to na rua e vejo a vida como um vídeo clipe
Problemas passam como um clipe
Armas e brinquedos
Se confundem nas mãos de uma criança
Eu ate entendo quem não tem mais esperança
É que eu vim da zona norte
Um lugar pobre
De gente honesta e humilde
Mais gente nobre
Você tem que andar na linha
Se manter no bolo
Não se assuste esse é só o começo do jogo
Primeiro flash
12 ou 13 coisas para resolver
Não da nem tempo de pensar no que fazer
E o outro flash
Fica tudo preto
Vamos tomar o poder ou continuar no gueto
Refrão:
Você quer sair do gueto
Mais a sua mente é o gueto
Você quer fugir do gueto
Mais o mundo intero é o gueto 2x
O que não me derruba fortalece
A sua polícia
Não me causa stresse
Paz e liberdade é o que todo mundo quer
Mais o que cê ta disposto a perder
Quando tal paz vier
Quer falar de gueto fala rio de janeiro
De paraíso a mais sujo puteiro
Respeito a quem sobrevive a isso tudo
E não precisa mais temer o mundo debaixo dos planos
Ta no orgulho suburbano
Um pouco de europeu um pouco de africano
Acho que fui traído
É puro blá blá blá
Ta na hora de levanta e luta
Revolução a qualquer custo
O dinheiro manda
Mas a rua vai ficar
É com o samba
Política do negro
Todo mundo roubando
Mais nunca vão roubar a alma de um malandro
Refrão:
Você quer sair do gueto
Mais a sua mente é o gueto
Você quer fugir do gueto
Mais o mundo intero é o gueto 2x
G-U-E-T-O ce sai do gueto mais o gueto não sai de você
RE-VO-LU-ÇÃO tudo que eu preciso é de um mike na mão
E não preciso abaixar minha cabeça
E nem preciso falar mal de ninguém
O que eu preciso e me focar no meu trabalho
Me focar na minha família
Que ai o meu sucesso vem
Rema rema
E não sabe o que quer
Pra quem não sabe que caminho vai pega
O qualquer me diz ai
Pra quem ta sentado no gueto
Vamos sentar com o diabo e escrever o enredo
Refrão:
Você quer sair do gueto
Mais a sua mente é o gueto
Você quer fugir do gueto
Mais o mundo intero é o gueto 2x
terça-feira, 3 de abril de 2007
2) TEXTO TEÓRICO JORNALÍSTICO: Tradição
É tempo de Glauber.O Estado de São Paulo - 10/04/2006.
quinta-feira, 29 de março de 2007
1)TEXTO LITERÁRIO: "Liberdade"
"Em minha calça está grudado um nome
que não é meu de baptismo ou de cartório,
um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
que jamais pus na boca, nesta vida.
Em minha camisola, a marca de cigarro
que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produto
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu ténis é proclama colorido
de alguma coisa não provada
por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
minha gravata e cinto e escova e pente,
meu copo, minha xícara,
minha toalha de banho e sabonete,
meu isso, meu aquilo,
desde a cabeça ao bico dos sapatos,
são mensagens,
letras falantes,
gritos visuais,
ordens de uso, abuso, reincidência,
costume, hábito, premência,
indispensabilidade,
e fazem de mim homem — anúncio itinerante,
escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É doce estar na moda, ainda que a moda
seja negar minha identidade,
trocá-la por mil, açambarcando
todas as marcas registadas,
todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
eu que antes era e me sabia
tão diverso dos outros, tão mim-mesmo,
ser pensante, sentinte e solidário
com outros seres diversos e conscientes
Da sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio,
Ora vulgar ora bizarro,
em língua nacional ou em qualquer língua
(qualquer, principalmente).
E nisto me comprazo, tiro glória
de minha anulação.
Não sou — vê lá — anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
para anunciar, para vender
em bares festas praias pérgulas piscinas,
e bem à vista exibo esta etiqueta
global no corpo que desiste
de ser veste e sandália de uma essência
tão viva, independente,
que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
minhas idiossincrasias tão pessoais,
tão minhas que no rosto se espelhavam,
e cada gesto, cada olhar,
cada vinco da roupa
resumia uma estética?
Hoje sou costurado, sou tecido,
sou gravado de forma universal,
saio da estamparia, não de casa,
da vitrina me tiram, recolocam,
objecto pulsante mas objecto
que se oferece como signo de outros
objectos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
de ser não eu, mas artigo industrial,
peço que meu nome rectifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é coisa.
Eu sou a coisa, coisamente."
Carlos Drummond de Andrade, 1984.